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O sofrimento psíquico da geração que se esconde em capuz e se automutila

 Existir é um processo mental doloroso, principalmente entre os 12 e 27 anos quando o cérebro experimenta grande transições. Logo o cérebro na adolescência vivência uma criança querendo sair ao mesmo tempo em que um adulto quer entrar. Isso é como ligar um aparelho elétrico de 110V numa tomada de 220V: ao ligar um aparelho 110V em uma tomada de 220V, o aparelho receberá o dobro da tensão elétrica que necessita, e como consequência entrará em colapso. E é durante esse terrível estágio da vida que fazemos os mais angustiantes malabares entre reticências, exclamações e interrogações, constituindo assim, a adolescência como a fase mais difícil da existência humana, pois a não compressão dessa acentuada ebulição mental em si mesmos, faz com que muitos jovens optam pelo ponto final, tomando assim uma 'pseudo solução' definitiva para um problema temporário. O cérebro, este organismo incrível,  precisa ser estudado, compreendido e tratado como se trata todo o resto do corpo. Por isso,
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Suicídio, um fenômeno social silenciado pela ignorância

Segundo a Organização Mundial de Saúde, estima-se que 800 mil pessoas morram por intermédio do autoextermínio forma anualmente, uma a cada 40 segundos, o que equivale a 1,4% dos óbitos totais. Cerca de 78% ocorrem em países de renda média e baixa. Segundo a OMS, apenas 28 países possuem estratégia nacional de combate à morte voluntária. A média global é de 10,7 por 100 mil habitantes, sendo 15/100 mil entre homens e 8 entre as mulheres. Os dados não são precisos, com exceção dos países que levam a sério a prevenção e o acompanhamento do autoextermínio. De um total de 172 países membros, a OMS considera que apenas 60 países enviam dados de boa qualidade, na maioria, nações desenvolvidas. E é justamente nos 112 restantes que se encontram 78% dos suicídios registrados no mundo. O Brasil está entre os 10 países do mundo no ranking do suicídio, onde ocorre em média 11.000 casos por ano. E isto é apenas um sub-índice, uma vez que muitos casos não são notificados como suicídio. O sociólogo Ém

12 coisas que os pais podem fazer para ajudar a prevenir o suicídio

A adolescência é a maior e mais difícil fase do cérebro humano. É uma criança querendo sair e um adulto querendo entrar. Acontecem inúmeras mudanças físicas, biológicas, sociais, mentais e psicoemocionais. E é nessa fase em que os adolescentes são mais cobrados, sejam por si mesmo, pelos pais, escola e sociedade. Nesse corpo e cérebro "adoecidos" acontece um colapso que a maioria de nós chama de "arborescência", por acreditar que os sinais de ansiedade, mau-humor, isolamento, irritabilidade, choro, insônia, falta de apetite ou excesso de apetite e até a automutilação, são apenas "chiliques comuns da adolescência pós-moderna". Mas como saber se os altos e baixos normais da adolescência se tornaram algo preocupante? Os pais e familiares podem ajudar pré-adolescentes e adolescentes a lidarem com a vida quando ela parece muito difícil de suportar. Aprenda sobre os fatores que podem aumentar os riscos de suicídio do seu filho e explore as 12 sugestões abaixo. E

O uso de maconha na adolescência e sua correlação com a esquizofrenia

E eu que nunca fumei maconha, me vejo inserida nesse contexto social e impulsionad a a expor a experiência acerca da esquizofrenia vivenciada pelo meu filho, Arthur Miranda. Ele começou a fumar maconha aos 14 anos e usou-a de modo exacerbado durante cinco anos. Depois de todo esse tempo nas grimpas alucinógenas da maconha, o meu filho surtou. Por sete meses tentamos tirá-lo do surto psicótico: onde ele ouvia, 24 horas por dia, vozes e também via pessoas sem cabeça transitando pela casa... Por fim, ele se matou. Meu filho, poeta, estudante de arquitetura, aspirante a arquiteto da Aeronáutica...(jamais revelou quaisquer sintomas de anomalias mentais) Meu filho lindo, amado e tão festivo, se matou. Se eu sabia que ele usava maconha? Sim, eu sabia e vivia feliz pensando: 'que bom que ele SÓ usa maconha'. Eu não sabia, ele não sabia... ninguém podia imaginar que ele tinha predisposição genética para os transtornos mentais; que ele tinha predisposição genética para dependência químic

Setembro Amarelo, prevenção ao suicídio: por que setembro e por que amarelo?

Clara Dawn, psicanalista. Até bem pouco tempo não se podia falar sobre autoextermínio. O receio era que ao se falar sobre o assunto pudesse desencadear o chamado efeito Werther. Isso se refere ao romance “Os sofrimentos do jovem Werther”, do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, em 1774, onde ele narra a história de um jovem que, por não suportar uma desilusão amorosa opta pelo autoextermínio.  Na época algumas pessoas que leram o livro cometeram suicídio, o que fez com que a venda do livro fosse proibida na Alemanha. E desde então o assunto se tornou um tabu em todo o mundo. Mesmo que o efeito Werther, aconteça até os dias de hoje, sempre que um uma pessoa famosa comete suicídio, quando desafios do tipo A Baleia Azul surgem na internet, quando filmes e séries de TV mostram exemplos de como se matar, ainda assim, a maneira mais eficiente de se prevenir o ato extremo é falando abertamente sobre o desejo de praticá-lo.   Quebrando o tabu   Imaginemos que foi pensando nisso que em 2

Reforma psiquiátrica: resumo histórico e a quebra do paradigmas psicossocioculturais

Texto do professor Rafael Lustosa Ribeiro,  mestre em história da psiquiatria e saúde mental O indivíduo considerado louco adquiriu várias “máscaras” no decorrer da evolução humana, passando de um indivíduo que teria um contato místico com entidades divinas à uma possessão demoníaca, depois um ser doente por um único fator e em seguida por diversos fatores. Essa mudança de visão sempre sofreu influência de diversos fatores, sejam eles sociais, religiosos e econômicos, que vingavam no período da época estudada.  Quando nos debruçamos nos principais períodos relacionadas ao entendimento da loucura, no princípio, observamos o entendimento da loucura como algo místico, em que o indivíduo foi tomado por uma força sobrenatural, que para se curar e devia recorrer a rituais ou a benzimentos por um xamã ou sacerdote da tribo.  Em posteriori, a concepção tomou uma nova cara, apresentando a loucura como a mudança de um equilíbrio natural do ser humano. Isso é o que afirmava Hipócrates (460 a.C.-

Transtorno mental pode ser passado de pai para filho, diz especialista

Qualquer doença hereditária, incluindo alguns transtornos psicológicos, é causada por uma ou mais anomalias no material genético (DNA), por diversos fatores, e pode ser transmitida adiante, de um ou ambos os pais para os descendentes. Porém, quando confirmada alguma mutação patogênica, não quer dizer que a doença já está presente desde o nascimento ou se manifestará. Há o risco, mas vários outros fatores estão envolvidos no seu desenvolvimento.   Às vezes, acontecimentos desencadeiam o "despertar", por assim dizer, de genes que até então estavam "adormecidos", como os que levam ao desenvolvimento de alguns transtornos de humor e comportamentais e cuja existência por si não representaria um perigo.  "O sujeito tem uma predisposição genética, mas não significa um determinismo", esclarece Wimer Bottura, psiquiatra pelo IPq-FMUSP (Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP).  Na lista das principais influências externas que podem modificar genes