Qualquer doença hereditária, incluindo alguns transtornos psicológicos, é causada por uma ou mais anomalias no material genético (DNA), por diversos fatores, e pode ser transmitida adiante, de um ou ambos os pais para os descendentes.
Porém, quando confirmada alguma mutação patogênica, não quer dizer que a doença já está presente desde o nascimento ou se manifestará. Há o risco, mas vários outros fatores estão envolvidos no seu desenvolvimento.
Às vezes, acontecimentos desencadeiam o "despertar", por assim dizer, de genes que até então estavam "adormecidos", como os que levam ao desenvolvimento de alguns transtornos de humor e comportamentais e cuja existência por si não representaria um perigo.
"O sujeito tem uma predisposição genética, mas não significa um determinismo", esclarece Wimer Bottura, psiquiatra pelo IPq-FMUSP (Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP).
Na lista das principais influências externas que podem modificar genes aparecem:
- Estresse (agudo ou prolongado)
- Dores crônicas
- Sofrimento no útero materno
- Dependência em drogas
- Histórico de traumas
- Abusos e conflitos na infância.
Todos esses eventos contribuem para o processo no qual as instruções contidas no DNA gerem maior vulnerabilidade a alguns transtornos. Contudo, não existe gene causador específico.
"A ciência acredita em uma combinação e interação de vários deles, diferentes, e que podem modificar o funcionamento cerebral e eventualmente desencadear desordens variadas", informa Júlio Barbosa, médico pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e neurocirurgião.
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